O amor e o medo

O amor e o medo



            É difícil de conceber, senão inacreditável, que nós seres humanos valorizamos, reproduzimos e propagamos de forma geral e indiscriminada a violência. Tenho certeza de que o ser humano não tem consciência do que faz, se tivesse já haveria de ter abandonado está forma de se relacionar (ou de se afastar). Por outro lado, recebemos uma certa educação que diz que devemos amar, uma educação indelével que fala, dita mas não nos ensina, não nos mostra parâmetros, ao contrário, todos os aparatos de nossa sociedade estão mostrando, de forma antagônica, que o amor é feio e a violência é bela. Que absurdo! Quando duas pessoas estão brigando em público se juntam muitas pessoas em volta, uma multidão as vezes, para observar as cenas de violência; mas se duas pessoas estão se amando, trocando carinhos e afetos em público isso é considerado obsceno, quase pornográfico para alguns.
            Infelizmente cenas de violência aparecem e parecem normais e comuns em toda a parte e circunstâncias, nos estádios de futebol, no trânsito, no trabalho, entre países e governos. O oposto não acontece, é raro observarmos cenas de amor; mas o que está acontecendo afinal?
Em muitos lares os pais brigam aos olhares e na presença de seus filhos e até de vizinhos e isso é visto, isso é aberto, é dado atenção, a violência está escancarada e neste exemplo as crianças terão a possibilidade imensa de reproduzir tais comportamentos e acreditar que a violência tem de ser pública pois é isso que se vê, ela está sendo ensinada pelas pessoas mais respeitadas destas crianças – seus próprios pais. E por incrível que pareça as demonstrações de afeto, de carinho, de amor está sendo escondido, está sendo feito em lugares fechados, em completo silêncio, no escuro para que ninguém ouça, ninguém perceba. Ainda é inimaginável que duas pessoas não possam demonstrar carinho, alegria uma pela outra, que não possam rir e cantar enquanto façam amor, por que isso é considerado obsceno, feio, pornográfico, cheio de preconceitos e tabus mas a violência parece que não, é revelada como se fosse bela, é a primeira notícia é a primeira que aparece, que toma relevância em nossa sociedade.
Estamos sendo antagônicos quando aprendemos, damos atenção e espaço para a violência e esquecemos do amor; estamos sendo tolos ao escolhermos a infelicidade em detrimento da felicidade. Nós humanos estamos nos revelando seres totalmente degenerados, perturbados, doentes quando escolhemos a violência ao invés do amor. A qualidade do amor é de unir, aproximar, juntar, que são qualidades da Paz e, o seu oposto não é o ódio, mas sim o medo que tem a característica do afastar, do separar, da luta, da guerra.
A violência só existe porque quem a reproduz não foi amado, não aprendeu a amar, ou considera o amor algo feio, frágil, etc. E é justamente o oposto: a violência é algo totalmente feio... enquanto o amor é algo forte, belo, construtivo... A violência também existe porque estamos inconscientes para ela, a partir do momento que nos tornamos conscientes, alertas, atentos para ela tudo muda, ocorre uma nova qualidade no viver. Ninguém mais quererá violência sabendo que o amor é superior. O amor é a coisa mais bela que existe; e tudo existe somente por que existe o amor; só somos possíveis por que existe o amor. Assim como o ar é o alimento para o corpo, o amor é o alimento para a alma. E para finalizar, quem ainda não ouviu aquele sábio ditado que diz: “violência atrai violência, amor atrai amor”. Então amigo(a), qual a sua posição? Qual a sua escolha? O que você quer atrair? A diferença começa com as nossas escolhas...
Abraço e felicidade para todos nós,

Jonas Felipe Machado             
Psicólogo e artista.
e-mail: portaparatudo@gmail.com

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